MAGALHÃES Nara. 1998. O Povo Sabe Votar, Uma Visão Antropológica. Petrópolis: Vozes/Unijuí. 140 pp.
Irlys Alencar Firmo Barreira
Profa. do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, UFC
O título do livro é provocativo, contrariando a frase de Pelé, já consagrada pelo senso comum, de que "o povo não sabe votar" porque transforma muitas vezes esse exercício democrático em legitimação de forças sociais contrárias aos seus próprios interesses. As idéias desenvolvidas no livro de Nara Magalhães não se fundamentam, entretanto, na busca de uma pureza ou essencialidade contidas na prática política dessa categoria fluida e de difícil apreensão que nomeamos "povo".
De modo peculiar, a prática do voto é analisada como expressão de uma lógica que não reside nos conceitos de "consciência política", "falsidade" ou "alienação". A trilha metodológica percorrida pela autora é a de buscar nos significados culturais os modos de pensar e atuar na política, entre os quais se incluem as manifestações eleitorais. Essa não é uma tarefa fácil, pois se o conjunto das representações ou visões de mundo que delimita as práticas políticas não se enquadra nas classificações convencionais, como buscar a lógica das opções eleitorais? Que razões justificam a escolha de diferentes candidatos?
Através do conjunto de discursos nem sempre convergentes, e às vezes aparentemente desconexos, a autora explora a presença de mitos ou visões de mundo que fundamentam a teia de significados culturais e influenciam as concepções sobre o poder e a política. O que significa a política para as pessoas comuns, ou como os grupos populares interpretam e decodificam as mensagens que recebem, constituem os fios condutores que guiam a pesquisa. As opções eleitorais, nessa perspectiva, terminam funcionando como portas de entrada para analisar valores sobre o poder e a política.
Segundo as palavras da autora: "Nesse trabalho, não pretendo encontrar a verdadeira organização popular nem a política autêntica, nem a mais democrática. Minha intenção é apontar o gosto, o detalhe, a maneira própria de alguns grupos populares pensarem e praticarem a política, em especial quando votam" (:19).
A percepção da política enquanto prática e elaboração simbólica incorpora as experiências que são cunhadas em outros domínios da vida social e cultural. Destaca-se nesse plano a influência de Evans Pritichard, que, a partir de estudo realizado entre os Nuer, buscou compreender a política para além das instâncias oficiais de representação. O estudo de Nara Magalhães filia-se, portanto, a autores que pensaram a política em sentido amplo: "tomo a política enquanto representação, ou seja, não analiso a política a partir de instituições sociais, mas tento captar, através do que as pessoas dizem e fazem com ela, como a qualificam, qual o significado que lhe atribuem. E ainda, como este significado se articula com um imaginário coletivo" (:29).
As interações entre valores culturais e políticos, segundo a interpretação proposta no livro, supõem que a política se relaciona a um conjunto de crenças também definidas no terreno da subjetividade. Rejeitando as determinações culturais contidas, por exemplo, na versão de hegemonia dos meios de comunicação de massa, a autora resgata a capacidade criativa do público consumidor na elaboração de percepções sobre a vida social e política. Os eleitores não são assim considerados como meros agentes passivos, pois emitem opiniões sobre o tema da política, mesmo em situações nas quais declaram não entender do assunto.
Algumas questões tratadas no pensamento clássico perpassam a abordagem da política de uma perspectiva cultural. Uma delas é a ruptura com o conceito de ideologia, que traz implicações para as noções de falso e verdadeiro. A percepção da ideologia como visão de mundo, inspirada no pensamento de Gramsci, permite também pensar a hegemonia como um processo não totalizador e permeável à criação de novos bens culturais. Os grupos populares analisados atuam no interior de uma circularidade de bens simbólicos e materiais, não obstante serem pessoas que partilham significados convergentes a respeito de determinado tema.
A pesquisa, realizada em Porto Alegre, trabalha com dois campos de significado. Um, produzido por especialistas políticos, outro, construído através de eleitores anônimos não engajados em partidos políticos e moradores de bairros populares e vilas operárias. O material empírico é coletado em diferentes conjunturas, incluindo as eleições para prefeitura em 1985 e 1992 e as eleições presidenciais de 1989.
Constata a autora que a influência da propaganda política sobre as escolhas eleitorais entre as classes populares é importante, mas não inteiramente decisiva. Isso porque as visões sobre a política e os políticos encontram-se muitas vezes cristalizadas em mitos ou versões incorporadas ao longo do tempo. De outro lado, os interesses e valores não são monolíticos, introduzindo grande complexidade às opções por um ou outro candidato.
O capítulo sobre as eleições municipais de 1985 visa apreender o modo como o eleitor constrói suas motivações para a escolha de candidatos. A explicitação dos motivos para o voto termina revelando representações negativas sobre o poder, ao lado de concepções que associam as escolhas eleitorais com a busca de satisfação de interesses: "as pessoas votam em quem pode fazer alguma coisa". Curioso é observar que se vota pelos mesmos motivos em candidatos com perfis ideológicos diferentes, ao mesmo tempo que se critica a política e o mundo dos políticos pela traição e presença de "sentimentos mesquinhos".
As candidaturas ao pleito municipal de 1985 têm em comum a perspectiva personalista que se expressa na forma como os candidatos são apresentados. Existem constantes evocações a políticos notáveis como Leonel Brizola, ou Tancredo Neves, que vão corporificar a transferência de credibilidade, reforçando o elemento retrógrado de que o mais seguro é apostar no conhecido.
Na explicação sobre a eficácia e vitória de Alceu Collares à prefeitura de Porto Alegre em 1985, a solidariedade destacava-se como valor principal, ressaltado pelos entrevistados, que o viam como parte integrante do grupo. Sua vitória associa-se, assim, a uma imagem construída no interior de setores populares, identificados com sua condição portadora de pouco capital cultural e econômico.
A discussão sobre as eleições presidenciais de 1989 percorre o mesmo caminho de investigação, sinalizado na articulação entre mensagens políticas emitidas por candidatos e concepções elaboradas por moradores do bairro Vila Assunção. A investigação não centra seu olhar unicamente na escolhas eleitorais, verificando também o que pensam as pessoas a respeito do poder e da política.
Nessa perspectiva, a lógica popular é marcada por alguns princípios de identificação de classe: "o que mais vai fazer pelos pobres". Outro princípio também preside as escolhas: as eleições constituem um jogo no qual ganhar é importante. O votante, na condição social de perdedor, transforma-se em vencedor quando identificado com o candidato vitorioso.
No conjunto de imagens que funcionam como jogo de espelhos, para usar uma metáfora da própria autora, a ordem simbólica e material encontram-se mescladas, sinalizando movimentos de aproximação e afastamento não restritos ao âmbito da política. É o caso, por exemplo, dos apelos religiosos também analisados na pesquisa. As articulações entre o campo político e o religioso, que se expressam no uso da religião em discursos políticos e nas crenças já existentes nos eleitores, constituem uma tônica que atravessa o conjunto das campanhas. Enquanto Collor brandia a imagem de São Francisco, Brizola privilegiava as religiões afro-brasileiras.
As informações sobre as eleições para prefeito em 1992 foram obtidas em dois bairros populares denominados Intercap e Vila Lupicínio Rodrigues. No bairro Intercap, a política e o poder são identificados como distantes e portadores de uma natureza perversa. Prevalece aí uma visão hierárquica do poder e uma atitude de omissão que supõem a impossibilidade de nada interferir em algo considerado distante e inacessível. A Vila Lupicínio Rodrigues pensa política como um jogo de vantagens materiais, em que o voto é dado para o candidato que vai fazer benfeitorias urbanas.
No emaranhado de opiniões sobre a política, conclui a autora que "existe uma lógica na maneira como os grupos populares encarnam a política e os políticos, em especial quando votam, que extrapola o momento de uma eleição". Essa lógica diz respeito a um imaginário sobre a política que os leva a agir de maneira singular, para além de noções correntes geradas no senso comum e nas abordagens acadêmicas, que explicam as escolhas eleitorais a partir de variáveis como desinformação, despolitização ou alienação.
O trabalho enfrenta, portanto, o desafio de buscar entre as posições e vivências diferenciadas a existência de um universo complexo de sentidos. Tarefa difícil, que supõe uma superação da cristalização de opiniões colhidas em um tempo, presentes em frases como "as classes populares pensam" ou "as classes populares agem". O risco desse tipo de abordagem é o de engessar opiniões circunstanciais, colocando-as como sendo a "versão das classes populares". Reproduz-se assim, em outras palavras, os conceitos de alienação ou falsa consciência. Em uma perspectiva diferente, a abordagem etnográfica e suas implicações de ordem teórica e metodológica terminam guiando uma pesquisadora curiosa e pouco afeita a generalizações fáceis.
O livro suscita também novas indagações ao leitor, que são necessárias à compreensão da dinâmica do voto. O deslocamento do olhar das instituições, para busca dos sentidos elaborados por "grupos populares não políticos", poderia ser complementado por uma reflexão sobre o modo como os partidos políticos colaboram para reforçar determinadas visões sobre a representação política. Também uma reflexão sobre o significado do "contexto eleitoral" ajudaria a entender como são consolidadas e polarizam-se opiniões em determinadas zonas da cidade, incluindo principalmente os bairros populares.
O povo sabe votar, afirma o trabalho de Nara Magalhães, rompendo com as abordagens tradicionais sobre eleições, que pensam as dimensões negativas da política com base na pretensa irracionalidade do eleitor. Esse saber é, no entanto, complexo, devendo ser submetido ao crivo das construções simbólicas que sedimentam o universo da cultura e da política.
Revista Mana
Irlys Alencar Firmo Barreira
Profa. do Programa de Pós-Graduação em Sociologia, UFC
O título do livro é provocativo, contrariando a frase de Pelé, já consagrada pelo senso comum, de que "o povo não sabe votar" porque transforma muitas vezes esse exercício democrático em legitimação de forças sociais contrárias aos seus próprios interesses. As idéias desenvolvidas no livro de Nara Magalhães não se fundamentam, entretanto, na busca de uma pureza ou essencialidade contidas na prática política dessa categoria fluida e de difícil apreensão que nomeamos "povo".
De modo peculiar, a prática do voto é analisada como expressão de uma lógica que não reside nos conceitos de "consciência política", "falsidade" ou "alienação". A trilha metodológica percorrida pela autora é a de buscar nos significados culturais os modos de pensar e atuar na política, entre os quais se incluem as manifestações eleitorais. Essa não é uma tarefa fácil, pois se o conjunto das representações ou visões de mundo que delimita as práticas políticas não se enquadra nas classificações convencionais, como buscar a lógica das opções eleitorais? Que razões justificam a escolha de diferentes candidatos?
Através do conjunto de discursos nem sempre convergentes, e às vezes aparentemente desconexos, a autora explora a presença de mitos ou visões de mundo que fundamentam a teia de significados culturais e influenciam as concepções sobre o poder e a política. O que significa a política para as pessoas comuns, ou como os grupos populares interpretam e decodificam as mensagens que recebem, constituem os fios condutores que guiam a pesquisa. As opções eleitorais, nessa perspectiva, terminam funcionando como portas de entrada para analisar valores sobre o poder e a política.
Segundo as palavras da autora: "Nesse trabalho, não pretendo encontrar a verdadeira organização popular nem a política autêntica, nem a mais democrática. Minha intenção é apontar o gosto, o detalhe, a maneira própria de alguns grupos populares pensarem e praticarem a política, em especial quando votam" (:19).
A percepção da política enquanto prática e elaboração simbólica incorpora as experiências que são cunhadas em outros domínios da vida social e cultural. Destaca-se nesse plano a influência de Evans Pritichard, que, a partir de estudo realizado entre os Nuer, buscou compreender a política para além das instâncias oficiais de representação. O estudo de Nara Magalhães filia-se, portanto, a autores que pensaram a política em sentido amplo: "tomo a política enquanto representação, ou seja, não analiso a política a partir de instituições sociais, mas tento captar, através do que as pessoas dizem e fazem com ela, como a qualificam, qual o significado que lhe atribuem. E ainda, como este significado se articula com um imaginário coletivo" (:29).
As interações entre valores culturais e políticos, segundo a interpretação proposta no livro, supõem que a política se relaciona a um conjunto de crenças também definidas no terreno da subjetividade. Rejeitando as determinações culturais contidas, por exemplo, na versão de hegemonia dos meios de comunicação de massa, a autora resgata a capacidade criativa do público consumidor na elaboração de percepções sobre a vida social e política. Os eleitores não são assim considerados como meros agentes passivos, pois emitem opiniões sobre o tema da política, mesmo em situações nas quais declaram não entender do assunto.
Algumas questões tratadas no pensamento clássico perpassam a abordagem da política de uma perspectiva cultural. Uma delas é a ruptura com o conceito de ideologia, que traz implicações para as noções de falso e verdadeiro. A percepção da ideologia como visão de mundo, inspirada no pensamento de Gramsci, permite também pensar a hegemonia como um processo não totalizador e permeável à criação de novos bens culturais. Os grupos populares analisados atuam no interior de uma circularidade de bens simbólicos e materiais, não obstante serem pessoas que partilham significados convergentes a respeito de determinado tema.
A pesquisa, realizada em Porto Alegre, trabalha com dois campos de significado. Um, produzido por especialistas políticos, outro, construído através de eleitores anônimos não engajados em partidos políticos e moradores de bairros populares e vilas operárias. O material empírico é coletado em diferentes conjunturas, incluindo as eleições para prefeitura em 1985 e 1992 e as eleições presidenciais de 1989.
Constata a autora que a influência da propaganda política sobre as escolhas eleitorais entre as classes populares é importante, mas não inteiramente decisiva. Isso porque as visões sobre a política e os políticos encontram-se muitas vezes cristalizadas em mitos ou versões incorporadas ao longo do tempo. De outro lado, os interesses e valores não são monolíticos, introduzindo grande complexidade às opções por um ou outro candidato.
O capítulo sobre as eleições municipais de 1985 visa apreender o modo como o eleitor constrói suas motivações para a escolha de candidatos. A explicitação dos motivos para o voto termina revelando representações negativas sobre o poder, ao lado de concepções que associam as escolhas eleitorais com a busca de satisfação de interesses: "as pessoas votam em quem pode fazer alguma coisa". Curioso é observar que se vota pelos mesmos motivos em candidatos com perfis ideológicos diferentes, ao mesmo tempo que se critica a política e o mundo dos políticos pela traição e presença de "sentimentos mesquinhos".
As candidaturas ao pleito municipal de 1985 têm em comum a perspectiva personalista que se expressa na forma como os candidatos são apresentados. Existem constantes evocações a políticos notáveis como Leonel Brizola, ou Tancredo Neves, que vão corporificar a transferência de credibilidade, reforçando o elemento retrógrado de que o mais seguro é apostar no conhecido.
Na explicação sobre a eficácia e vitória de Alceu Collares à prefeitura de Porto Alegre em 1985, a solidariedade destacava-se como valor principal, ressaltado pelos entrevistados, que o viam como parte integrante do grupo. Sua vitória associa-se, assim, a uma imagem construída no interior de setores populares, identificados com sua condição portadora de pouco capital cultural e econômico.
A discussão sobre as eleições presidenciais de 1989 percorre o mesmo caminho de investigação, sinalizado na articulação entre mensagens políticas emitidas por candidatos e concepções elaboradas por moradores do bairro Vila Assunção. A investigação não centra seu olhar unicamente na escolhas eleitorais, verificando também o que pensam as pessoas a respeito do poder e da política.
Nessa perspectiva, a lógica popular é marcada por alguns princípios de identificação de classe: "o que mais vai fazer pelos pobres". Outro princípio também preside as escolhas: as eleições constituem um jogo no qual ganhar é importante. O votante, na condição social de perdedor, transforma-se em vencedor quando identificado com o candidato vitorioso.
No conjunto de imagens que funcionam como jogo de espelhos, para usar uma metáfora da própria autora, a ordem simbólica e material encontram-se mescladas, sinalizando movimentos de aproximação e afastamento não restritos ao âmbito da política. É o caso, por exemplo, dos apelos religiosos também analisados na pesquisa. As articulações entre o campo político e o religioso, que se expressam no uso da religião em discursos políticos e nas crenças já existentes nos eleitores, constituem uma tônica que atravessa o conjunto das campanhas. Enquanto Collor brandia a imagem de São Francisco, Brizola privilegiava as religiões afro-brasileiras.
As informações sobre as eleições para prefeito em 1992 foram obtidas em dois bairros populares denominados Intercap e Vila Lupicínio Rodrigues. No bairro Intercap, a política e o poder são identificados como distantes e portadores de uma natureza perversa. Prevalece aí uma visão hierárquica do poder e uma atitude de omissão que supõem a impossibilidade de nada interferir em algo considerado distante e inacessível. A Vila Lupicínio Rodrigues pensa política como um jogo de vantagens materiais, em que o voto é dado para o candidato que vai fazer benfeitorias urbanas.
No emaranhado de opiniões sobre a política, conclui a autora que "existe uma lógica na maneira como os grupos populares encarnam a política e os políticos, em especial quando votam, que extrapola o momento de uma eleição". Essa lógica diz respeito a um imaginário sobre a política que os leva a agir de maneira singular, para além de noções correntes geradas no senso comum e nas abordagens acadêmicas, que explicam as escolhas eleitorais a partir de variáveis como desinformação, despolitização ou alienação.
O trabalho enfrenta, portanto, o desafio de buscar entre as posições e vivências diferenciadas a existência de um universo complexo de sentidos. Tarefa difícil, que supõe uma superação da cristalização de opiniões colhidas em um tempo, presentes em frases como "as classes populares pensam" ou "as classes populares agem". O risco desse tipo de abordagem é o de engessar opiniões circunstanciais, colocando-as como sendo a "versão das classes populares". Reproduz-se assim, em outras palavras, os conceitos de alienação ou falsa consciência. Em uma perspectiva diferente, a abordagem etnográfica e suas implicações de ordem teórica e metodológica terminam guiando uma pesquisadora curiosa e pouco afeita a generalizações fáceis.
O livro suscita também novas indagações ao leitor, que são necessárias à compreensão da dinâmica do voto. O deslocamento do olhar das instituições, para busca dos sentidos elaborados por "grupos populares não políticos", poderia ser complementado por uma reflexão sobre o modo como os partidos políticos colaboram para reforçar determinadas visões sobre a representação política. Também uma reflexão sobre o significado do "contexto eleitoral" ajudaria a entender como são consolidadas e polarizam-se opiniões em determinadas zonas da cidade, incluindo principalmente os bairros populares.
O povo sabe votar, afirma o trabalho de Nara Magalhães, rompendo com as abordagens tradicionais sobre eleições, que pensam as dimensões negativas da política com base na pretensa irracionalidade do eleitor. Esse saber é, no entanto, complexo, devendo ser submetido ao crivo das construções simbólicas que sedimentam o universo da cultura e da política.
Revista Mana
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