quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Aventura Cartográfica: Perspectivas, Pesquisas e Reflexões sobre a Cartografia Humana


Clézio dos Santos

Professor do Colegiado de Geografia do Centro Universitário Fundação Santo André (FSA), do curso de Geografia do Centro Universitário Assunção (UNIFAI) e doutorando no Programa de Pós Graduação em Ensino e História de Ciências da Terra (PEHCT) do Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). clezio@fsa.br


SEEMANN, Jörn (Org.). A Aventura Cartográfica: Perspectivas, Pesquisas e Reflexões sobre a Cartografia Humana. Fortaleza, Expressão Gráfica, 2005/2006, 224 p.

A obra é o resultado de uma coletânea de textos que reúnem as recentes discussões na área de cartografia feita por autores que aceitaram o desafio de escrever sobre a "aventura cartográfica" viajando para o "misterioso mundo que os mapas escondem". Essa visão da disciplina não se prende ao modelo normativo da Cartografia científica com suas medidas corretas e sua precisão milimétrica. Obra destinada não apenas aos cartógrafos, mas também aos professores de geografia e demais interessados nesse passeio pelas possibilidades e pelo imaginário, concretizado por meio de uma disciplina, que tem ousado sonhar e a convidar o homem a sonhar. O objetivo principal da obra é apresentar uma coletânea de textos que apresentam visões alternativas de se trabalhar com a Cartografia.

O livro é prefaciado pela geógrafa e professora doutora do programa de mestrado em Educação da Universidade de Sorocaba, Maria Lúcia de Amorim Soares.

A introdução da obra ficou a cargo do organizador e idealizador da coletânea: o Professor mestre Jörn Seemann do Departamento de Geociências da Universidade Estadual do Crato – Ceará.

O livro foi dividido em três partes: Na primeira, A Cartografia da Cartografia, discute-se a anatomia da Ciência Cartográfica, abordando assuntos como o desenvolvimento histórico da Cartografia no Brasil no âmbito governamental, a leitura "humana" da carta topográfica e a natureza da Cartografia. Destacam-se nessa parte da obra, textos dos seguintes autores, Rosely Archela, Edison Archela, e Ângela Massumi Katuta (todos da Universidade Estadual de Londrina – UEL) e Gisele Girardi (Universidade Federal do Espírito Santo – UFES).

A segunda parte, denominada Cartografia da Mente e da Imaginação, reúne textos sobre os mapas como representações de lugares concretos imaginários e imaginados na história da cartografia, os mapas como produto culturais e auxiliares na construção do pensamento e da imaginação humana e as histórias da Cartografia que os livros não contam. Os autores são: Maria Siqueira de Carvalho (UEL), Marisol Barenco de Mello (Universidade Federal Fluminense - UFF), Jörn Seemann (Universidade Estadual do Crato – URCA), Salete Kosel (Universidade Federal do Paraná – UFPR) e José Q. Pinheiro (Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN)

A última parte, Cartografia e Ensino representam uma reflexão sobre o significado das representações cartográficas nas aulas de Geografia, seu valor como linguagem visual e sua natureza do ponto de vista das crianças. Estão presentes os autores: Nestor André Kaercher (Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS), Jorge Luiz Barecellos da Silva (Pontifica Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP), Clézio Santos (Centro Universitário Fundação Santo André – FSA), Werther Holzer (UFF) e Selma Holzer (Professora da rede estadual e particular do Rio de Janeiro)

O pósfacio da obra ficou a cargo da geógrafa e Professora Titular Lívia de Oliveira, aposentada do Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita – Campus Rio Claro.

Os autores dessa Aventura Cartográfica em sua maioria são jovens geógrafos, dentre eles alguns são responsáveis pelas disciplinas da área de Cartografia em suas respectivas instituições ou na área de Metodologia e Prática de Ensino de Geografia; e exploram o que podemos denominar dos quatro princípios básicos da cartografia: projeção, simbologia, escala e ensinagem.

A projeção é vista como a realidade é projetada, a simbologia recorre às possibilidades da linguagem visual. A escala como visibilidade dos fenômenos e seu detalhamento; e a ensinagem vista como processo de aprendizagem dessa linguagem por meio da significância.

A obra contribui diretamente para uma lacuna existente na área de Cartografia denominada de educação cartográfica. Estes estudos reunidos nessa obra têm em comum uma nova abordagem da Cartografia, bem mais próxima e comprometida com o homem.

Revista Sociedade e Natureza

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