VIOLETAS E PAVÕES
Dalton Trevisan Record, 128 págs.
O epígono de si mesmo
O novo livro de Dalton Trevisan, um dos mais famosos contistas do País, Violetas e Pavões, deve ser lido como a obra de um epígono... do próprio Dalton Trevisan. Para quem nunca o leu, os contos surpreenderão pelo insólito da forma e do conteúdo. Uma linguagem trabalhada para ser ao mesmo tempo coloquial, concisa e chocante e um universo “normal na sua anormalidade” atingem como uma novidade, a de uma, digamos, brutalidade amena e tranquila, o leitor que nunca leu esse autor. Ali estão escatologias sexuais escandalizantes, hediondos crimes gratuitos, sossegadas mentalidades torpes, narradas neutra e assepticamente como fatos comuns e mesmo ordinários (em todos os sentidos do termo) de um cotidiano a rigor modorrento que, mesmo sendo bárbaro, nos é familiar. Mas, para quem já leu obras-primas como O Vampiro de Curitiba e outros grandes trabalhos de Dalton Trevisan, as violetas e pavões soarão como imitações e mesmo pastiches, por um escritor menor, de um escritor maior.
Carta Capital
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