Para ler e entender estrelas
Crônicas sobre física e astronomia permitem ao leitor saber mais sobre as perguntas que a ciência já respondeu. Elas estão no livro ‘A busca pela compreensão cósmica’, de nosso colunista, o físico Adilson de Oliveira.
Por: Debora Antunes
Publicado em 22/07/2010 | Atualizado em 22/07/2010
Os segredos das estrelas e outros mistérios desvendados pela ciência são contados em forma de crõnica no livro ‘A busca pela compreensão cósmica’ (foto: Nasa, ESA e Hubble Heritage Team).
Entender estrelas costuma ser motivação tanto para cientistas quanto para poetas. O físico Adilson de Oliveira recorre a versos de Olavo Bilac para introduzir um capítulo sobre o assunto: “Pois só quem ama pode ter ouvido/ capaz de ouvir e de entender estrelas”.
Pensando em tornar acessível ao público leigo não só o que se sabe sobre as estrelas, mas também sobre o cosmos e outros temas da física e da astronomia, Oliveira escreveu o livro A busca pela compreensão cósmica.
A obra é uma compilação de crônicas escritas pelo autor ao longo dos últimos anos para a internet – além da coluna naCH On-line, Física Sem Mistério, ele tem um blogue, Por Dentro da Ciência, e é editor da revista digital de divulgação científica Click Ciência.
“A ideia era reunir textos já publicados e construir uma obra nova, que mostrasse quantas coisas interessantes a física abrange”, diz o físico, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Dentre a diversidade de temas possíveis, o autor escolheu os seus favoritos: o saber, a matéria, o cosmos, o espaço e o tempo, e a vida. Cada um inspirou uma seção com entre cinco e oito crônicas.
Nos textos, ele discorre sobre assuntos como o surgimento dos astros, a descoberta do magnetismo e a teoria da relatividade, e mostra como o conhecimento científico ajudou a construir a sociedade atual. Mudanças na forma de entender a natureza ao longo dos anos são associadas a descobertas que, embora complexas, não deixam de ser fascinantes para qualquer um.
Ponte para a ciência
Os textos procuram aproximar o leitor da ciência, resgatando uma relação que, de acordo com Oliveira, já viu dias melhores. “No século 19, as pessoas conseguiam ler textos sobre ciência sem dificuldades. A divulgação científica era feita sob forma de literatura”, explica Oliveira.
Para o físico, a crescente aridez na linguagem dos textos científicos estaria relacionada à complexidade do conhecimento que se tem hoje, e que tende a se refletir na linguagem utilizada pelo meio acadêmico.
Assim, as crônicas são simples, mas sem a superficialidade em que às vezes incorrem textos para leigos. O autor também adota ilustrações para complementar as informações e saciar a curiosidade dos mais detalhistas sobre as descobertas da ciência.
“A ideia é recriar o conhecimento e voltar a encantar as pessoas”, diz o físico. Afinal, interessante a ciência nunca deixou de ser. Mais do que um argumento, um convite à leitura.
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