segunda-feira, 28 de março de 2016

As visitas que hoje estamos


Vozes do interior
Leia a resenha do livro "As visitas que hoje estamos"
Antônio Geraldo



Antônio Geraldo poderia ser chamado de um escritor de província. É de sua Mococa, no interior do estado de São Paulo, que o poeta e agora romancista acompanha a vida brasileira recente. E este é o tema de As Visitas que Agora Estamos, seu primeiro e espantoso romance. Há no livro um desejo de totalização que chega a impressionar.

Em suas mais de 400 páginas, Geraldo testemunha, mas sempre entregando a voz para os outros, seus protagonistas, a transformação por que vem passando o interior do Brasil, principalmente de São Paulo e Minas Gerais, nos últimos anos – os da Era Lula. Não é um livro simples: a própria denominação tradicional de “romance” se torna complicada, já que não há propriamente dito um fio narrativo único que reúne os diversos episódios encenados. São muitas as narrativas, quase que romances miniaturizados, em primeira pessoa.

Uma espécie de “A comédia caipira”, com a densidade trágica que encontramos em seu modelo, Balzac. A mescla também passa pela forma, que abarca tanto o conto, quanto a poesia, o ensaio e o teatro. Tudo entra na dança para resgatar o passado do interior, com seus costumes em vias de desaparição, e o momento presente, com o nosso incompleto mundo da tecnologia e misturebas religiosas. As Visitas que Hoje Estamos
Antônio Geraldo Figueiredo Ferreira
Editora Iluminuras
448 págs.
Revista CULT

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